terça-feira, 22 de julho de 2014

Não vigiar a PACC - um imperativo deontológico e cívico


Imagem publicada na internet sem identificação do autor
Não vigiar hoje a PACC é um imperativo deontológico de todos os docentes, como já o foi há uns meses, aquando da primeira marcação desta (pseudo) prova de avaliação de conhecimentos e de competências de professores contratados.
Esta suposta prova de avaliação, criada por Lurdes Rodrigues e concretizada por Nuno Crato, é conceptualmente uma excrescência, é de aplicação ilegítima e é manifestamente incompetente para avaliar os objectivos que diz prosseguir, como o demonstrou o enunciado da sua primeira edição. 
A isto acresce o modo inqualificável como a remarcação da PACC foi feita, ao que se soma agora a prepotente tentativa de impedimento de realização de reuniões sindicais nas escolas, para onde está marcada a  prova.
Este comportamento do ministério da Educação revela a mediocridade política e o pensamento canhestro de quem o dirige. Objectivamente, trata-se de uma actuação típica de uma ditadura: primeiro, sem um mínimo de razoabilidade nem de respeito pelo outro, marca-se, com três dias úteis de antecedência, uma prova nacional, apenas para se impedir o agendamento de uma greve; depois, por via de um ofício, determina-se que as reuniões sindicais ficam proibidas durante um determinado período de tempo. 
É um cenário inaceitável e de extrema gravidade, em que a lei democrática é olimpicamente ignorada e afrontada. É inacreditável como à luz do dia e com o silêncio cúmplice de múltiplos responsáveis políticos se ensaiam práticas de regresso ao passado anterior a 1974. O desejo de regresso à barbárie política é evidente, por parte de alguns. É por isso que não vigiar a PACC é um imperativo simultaneamente deontológico e de resistência cívica.